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Cerrado

A savana brasileira, berço dos principais rios que cortam o país e celeiro de alimentos para o mundo, busca compatibilizar produção e preservação de sua riqueza natural.

CERRADO Vista de drone de formação arenítica da Serra do Roncador, Barra do Garças-MT © Andre Dib

Savana brasileira, berço dos principais rios que cortam o país e um dos maiores celeiros da produção agropecuária do planeta: a grandeza do Cerrado, o segundo maior bioma do Brasil, é incontestável. Sua diversidade de paisagens cobre um quarto do território nacional e é morada para cerca de 28 milhões de pessoas e uma grande diversidade de fauna e  flora.  Estima-se que na região exista mais de 12 mil espécies de plantas, sendo 44% endêmicas - ou seja, que só existem na região; mais de 800 espécies de aves, sendo 30% exclusivas do Cerrado, e mais de 200 espécies de mamíferos, com 10% de exclusividade. 

Essas características colocam o Cerrado como um dos 35 hotspots da biodiversidade no mundo. No jargão da conservação, os hotspots são regiões do planeta que combinam grande diversidade e exclusividade de espécies com um alto grau de ameaça. Assim, o Cerrado é um bioma essencial para o equilíbrio ecológico do Brasil, sendo uma das áreas mais importantes para produção de água e alimentos - mais de 50% da produção nacional de soja, por exemplo, ocorre no bioma. Infelizmente, metade de sua área, em torno de 84 milhões de hectares, já foram degradados pela ocupação da agricultura, da pecuária e pelo desvio do curso de seus rios. Hoje o Cerrado concentra o maior aumento das taxas de perda de campos e florestas, pois é visto como a principal fronteira agrícola. 

A TNC Brasil, presente na região há mais de 30 anos, busca atuar no Cerrado ao lado do produtor rural, tanto na restauração de áreas degradadas, na implementação de práticas de agricultura e pecuária que regeneram o solo e os ecossistemas, quanto no direcionamento da produção agrícola para áreas já ocupadas, com aumento da produtividade e evitando novos desmatamentos. 

 

MAPA ARAGUAIA 2021 MAPA ARAGUAIA 2021 © André Dib

O Cerrado

Savana brasileira, berço dos principais rios que cortam o país e um dos maiores celeiros da produção agropecuária do planeta: a grandeza do Cerrado, o segundo maior bioma do Brasil, é incontestável. Sua diversidade de paisagens cobre um quarto do território nacional e é morada para cerca de 28 milhões de pessoas e uma grande diversidade de fauna e  flora. Estima-se que na região exista mais de 12 mil espécies de plantas, sendo 44% endêmicas - ou seja, que só existem na região; mais de 800 espécies de aves, sendo 30% exclusivas do Cerrado, e mais de 200 espécies de mamíferos, com 10% de exclusividade. 

Essas características colocam o Cerrado como um dos 35 hotspots da biodiversidade no mundo. No jargão da conservação, os hotspots são regiões do planeta que combinam grande diversidade e exclusividade de espécies com um alto grau de ameaça. Assim, o Cerrado é um bioma essencial para o equilíbrio ecológico do Brasil, sendo uma das áreas mais importantes para produção de água e alimentos - mais de 50% da produção nacional de soja, por exemplo, ocorre no bioma. Infelizmente, metade de sua área, em torno de 84 milhões de hectares, já foram degradados pela ocupação da agricultura, da pecuária e pelo desvio do curso de seus rios. Hoje o Cerrado concentra o maior aumento das taxas de perda de campos e florestas, pois é visto como a principal fronteira agrícola do país.

A TNC Brasil, presente na região há mais de 30 anos, busca atuar na conservação do Cerrado ao lado de suas populações, como povos indígenas e comunidades tradicionais ou produtores rurais. Povos indígenas, quilombolas, extrativistas e outras comunidades tradicionais são os maiores conservadores da floresta, dos rios e da biodiversidade. Seus territórios são alguns dos lugares mais bem conservados no mundo. Os modos tradicionais de vida são fatores determinantes na conservação do meio ambiente e no combate às mudanças climáticas. Por isso, a TNC vem atuando no Brasil junto a esses parceiros para fortalecer suas organizações, apoiar a gestão de seus territórios e o desenvolvimento econômico sustentável, a partir da bioeconomia da sociobiodiversidade. Saiba mais

No Cerrado, um exemplo de parceria da TNC Brasil com povos indígenas é o apoio ao Fundo Podáali, junto ao povo Xavante. Saiba mais

No caso dos produtores rurais, apoiamos na restauração de áreas degradadas, na implementação de práticas de agricultura e pecuária que regeneram o solo e os ecossistemas, além do direcionamento da produção agrícola para áreas já ocupadas, com aumento da produtividade e diversidade, evitando novos desmatamentos. 

 

Escolhemos a região da bacia do Rio Araguaia como um território prioritário para atuação no bioma, por se tratar de uma área que já teve 80% de seu território alterado e continua sofrendo constantes pressões. Para entender esta paisagem em maior profundidade, conduzimos estudos que analisam indicadores ambientais, ecológicos, de uso do solo, econômicos e sociais que vão resultar em um atlas da bacia. 

TNC Brasil no Cerrado Conheça o trabalho da TNC para conservação da savana brasileira.

TNC e a Bacia do Araguaia

Diante da urgência climática e da biodiversidade, e da relevância do bioma nestas agendas, a TNC Brasil enxerga a região da bacia do Rio Araguaia como um território prioritário para atuação e tem concentrado esforços para proteger e conservar o bioma, promovendo a harmonia entre o desenvolvimento humano e a natureza.

  • Até 2030, a atuação da TNC na bacia do Araguaia tem como foco:

    Evitar o desmatamento de mais de 9 milhões de hectares, o que equivale ao tamanho dos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo somados, ao colaborar para melhorar a gestão territorial.

  • Impactar pelo menos 195 mil pessoas

    O que equivale à população da cidade de Sinop, no Mato Grosso, através do desenvolvimento econômico e da diversificação dos meios de subsistência.

  • Melhorar a gestão da água na região

    para preservar trechos de rios importantes que são utilizados pela população local, mas também por espécies aquáticas como habitats, tanto para sobrevivência como para reprodução dessas espécies.

 

E para atingir esses objetivos, a TNC utiliza uma abordagem de paisagem e um foco em mudança de sistemas para garantir a conservação dos ecossistemas, o desenvolvimento local e a qualidade de vida para as populações.  

 

Na bacia do Araguaia a TNC atua em quatro frentes:

• Agricultura e pecuária regenerativas

• Governança hídrica

• Povos indígenas e Comunidades Tradicionais  

• Restauração ecológica

PECUÁRIA O caminho para pastagens mais sustentáveis no setor pecuário do Pará © Yurika Hidaka

Agricultura e Pecuária Regenerativas

A fim de avançar na transição para paisagens alimentares regenerativas por meio de assistência técnica escalável, implementação de práticas regenerativas e governança das paisagens, a TNC atua na frente de Agricultura e Pecuária Regenerativas: 
 

  • Apoiando, com estudos e análises de base científica, na elaboração e desenvolvimento de políticas públicas e regulamentações que buscam a prosperidade saudável e o bem-estar das comunidades rurais.

  • Firmando parcerias com o setor privado e instituições governamentais para poder implementar os projetos em escala e realizar as mudanças necessárias para combater as crises de clima e biodiversidade. 

  • Promovendo mecanismos financeiros equitativos e adequados às necessidades locais.

Com o objetivo de alcançar até 2030: 
 

  • A transformação de 3,3 milhões de hectares de pastagens degradadas, com a doação de boas práticas de manejo, para um estágio não degradado ou transacionando para sistemas de agricultura regenerativa.

  • 480m mil hectares em propriedades privadas com alteração do regime de queima (frequência, época e intervalo), natural deste bioma, reduzindo o dano à biodiversidade e ao ecossistema. 

 

Na prática isso é feito por meio de: 
 

  • Capacitação e suporte técnico para a implementação de inovações agrícolas sustentáveis, visando o apoio aos agricultores na adoção de práticas de agricultura regenerativa no Cerrado por meio de modelos de assistência técnica.

  • Apoio aos produtores na adoção das melhores práticas para o plantio direto e outras práticas que gerem benefícios para a pecuária regenerativa. A adoção de melhores práticas para plantio direto transforma a vida dos produtores locais, com novas possibilidades para fertilidade do solo, aumento da biodiversidade e adaptação às mudanças climáticas com o balanço de emissões de carbono.

  • Promoção de bioeconomia e dos modos de vida e cultura das comunidades locais, oferecendo cobenefícios em serviços ambientais.

  • Implementação de programas: 

  • Programa de Reinserção e Monitoramento (Prem) a partir da regularização de propriedades rurais à comercialização legal. O Programa de Reinserção e Monitoramento (Prem) é uma iniciativa conjunta da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) de Mato Grosso, do Instituto Mato-Grossense da Carne (IMAC) e do Ministério Público Federal de Mato Grosso, com o apoio da TNC Brasil.

  • Programa de Agricultura e Pecuária Regenerativa no Vale do Araguaia como o Agricultura Regenerativa com Soja – Carbono: técnicas de agricultura regenerativa para a melhora da saúde do solo e do balanço de emissões de carbono.

  • Sistemas Integrados de Produção Agropecuária (SIPA): assistência técnica e ambiental em sistemas integrados de produção

RIO ARAGUAIA Vista de drone do Rio Araguaia na divisa dos estados do Mato Grosso e Goiás © Andre Dib

Governança hídrica

A fim de promover a governança das bacias hidrográficas para manter a qualidade e a quantidade de água doce frente às alterações climáticas, a TNC atua na frente de Governança Hídrica:

 

  • Desenvolvendo estudos que guiem a priorização e a tomada de decisão. 

  • Promovendo a governança integrada das bacias hidrográficas.

  • Recuperando áreas de preservação, como nascentes e matas ciliares.

Com o objetivo de alcançar até 2030: 
 

  • 1.296 km de rios da bacia do Araguaia adicionados ao corredor ecológico, assegurando assim a sua conectividade, fluxo e conservação da biodiversidade e habitats aquáticos.

  • Manter a conectividade e o fluxo ecológico de 2.111 km de rios da bacia que estão com a última chance de conservação.

  • Intervenção de restauração em 2.181 km de rios da bacia para melhorar a segurança hídrica devido à restauração nas APPs (Áreas de Preservação Permanente). 

Na prática isso é feito por meio de:

  • O Blueprint Araguaia:

  • Um diagnóstico amplo da bacia hidrográfica do rio Araguaia, incluindo diversos indicadores ambientais, ecológicos, econômicos, sociais, de uso do solo, ameaças e conflitos, dentre outros. 

  • Com o objetivo de identificar o conjunto de rios, riachos e suas bacias hidrográficas que serviram como base para o desenvolvimento de ações de conservação e manejo, o estudo inédito apresenta o mapeamento mais atual e completo sobre os mais de 100 municípios que a Bacia do Araguaia atravessa em seus três mil quilômetros de extensão, além de apoiar no desenvolvimento de iniciativas voltadas para a sociobiodiversidade.

  • O estudo analisou os desafios e prospectou estratégias nos quatro estados que cruzam a bacia: Goiás, Mato Grosso, Pará e Tocantins, considerando a principal área de drenagem com 2.110 quilômetros.

  • Realização de uma avaliação multicritério para identificar áreas prioritárias para conservação da biodiversidade, restauração da vegetação nativa e uso dos recursos por comunidades locais, e indicar oportunidades de atuação na região.

XAVANTE Indígena em Plantação de arroz - Terra Indígena São Marcos da etnia Xavante © Andre Dib

Povos indígenas

Os Povos tradicionais com direitos de posse e gestão florestal estão entre os melhores guardiões florestais do mundo, mas poucos têm direitos legalmente reconhecidos sobre seus territórios. Além de não terem esses direitos legalmente, esses povos não têm conhecimento sobre a governança desses territórios ou acesso a financiamento adequado para meios de subsistência sustentáveis.  

Além de ser um estoque de carbono, terras indígenas são vistas como uma solução climática para o mundo. Por isso esses povos são aliados importantes e devem ser fortalecidos. São 80 etnias indígenas presentes no bioma, além de quilombolas, extrativistas, ribeirinhos, pescadores artesanais, sertanejos e ciganos, entre tantos outros.  

Dessa forma, para promover o desenvolvimento socioeconômico, o bem-estar e a conservação nos territórios dos povos tradicionais, a TNC atua na frente de Povos Indígenas 
 

  • Fomentando a gestão ambiental e territorial das terras indígenas visando a implementação de planos voltados para isso.

  • Promovendo a Inclusão econômica dos habitantes locais a fim de gerar autonomia e levar ao protagonismo dos povos indígenas.

Com o objetivo de alcançar até 2030:

  • 0,053 milhões de áreas degradadas em áreas indígenas restauradas com vegetação nativa ou SAFs (Sistemas Agroflorestais).

  • 24.732 pessoas de comunidades indígenas, quilombolas e povos tradicionais beneficiadas pela preparação, implementação e monitoramento de PGTAs (Plano de Gestão Territorial e Ambiental) e outros instrumentos de gerenciamento territorial. 

 

Na prática, e em parceria com outras instituições, isso é feito por meio de:

  • Capacitação técnica: apoio aos povos indígenas, comunidades tradicionais, quilombolas e ribeirinhos (IPLC) na implementação de planos de gestão e prioridades estabelecidas, em políticas públicas; além da proteção das florestas tropicais contra o desmatamento.

  • Capacitação de agentes comunicadores indígenas. 

  • Participação no planejamento e implementação do monitoramento participativo nas regionais do “Subprograma Territórios Indígenas”, do Programa REDD Early Movers (REM) do Estado de Mato Grosso (MT). Os trabalhos envolvem os 43 povos indígenas do Estado de Mato Grosso, que estão divididos em 7 regionais (Cerrado/Pantanal; Noroeste; Médio Araguaia; Xingu; Xavante; Vale do Guaporé e Kaiapó/Norte).

  • O Programa Global REDD Early Movers (REM) (REDD para Pioneiros pela sigla em Inglês) é uma iniciativa de remuneração de serviços ambientais baseada em resultados viabilizada de forma conjunta pelos Governos da Alemanha e Reino Unido. Premia nações comprometidas com a redução de emissões de CO2 por meio de ações de conservação de florestas. 

  • Apoio às 9 Terras Indígenas do Povo Xavante, além dos povos Paresi, Tapirapé, Povo Karajá, Krenak, Maxacali e Kanela do Araguaia.

  • Atuação junto à FEPOIMT – Federação dos Povos e Organizações Indígenas do Mato Grosso - que reúne 43 Povos Indígenas no fortalecimento institucional e diálogo direto com Executivo e Legislativo na formulação de políticas de PNGATI e Implementação do PNEGATI (Política Nacional de gestão territorial e ambiental em Terras Indígenas).

RESTAURAÇÃO Projeto de restauração na Mata Atlântica/Mantiqueira. © Felipe Fittipaldi

Restauração

A fim de avançar na restauração das paisagens, em conformidade com a legislação ambiental e financeira, e no desenvolvimento das espécies nativas, a TNC atua na frente de Restauração.

  • Buscando evitar o desmatamento a partir da recuperação de terras degradadas.

  • Mobilizando recursos para a restauração florestal. 

  • Promovemos o potencial da sociobiodiversidade.

Com o objetivo de alcançar até 2030: 
 

  • 0,6 milhões de hectares de reserva legal convertidas em propriedades rurais após 2008 restauradas para vegetação nativa, contribuindo para o reestabelecimento da conectividade funcional.

  • 0,18 milhões de hectares de APPs (Áreas de Preservação Permanente) em terras privadas restauradas para vegetação nativa, contribuindo para a conectividade funcional, particularmente entre terras indígenas e outros ecossistemas.

  • 1 milhão de hectares de vegetação nativa em excedente de reserva legal têm sua conversão evitada em terras privadas e são mantidos como estoques de carbono e corredores ecológicos de biodiversidade.

  • 0,054 milhões de hectares de vegetação nativa em terras indígenas têm sua conversão evitada.  

 

Na prática isso é feito por meio de: 
 

  • Promoção da restauração da vegetação nativa.

  • Promoção de políticas públicas e mecanismos financeiros.

  • Informação e capacitação de produtores locais.

  • Incentivo à recuperação de recursos naturais por meio de PSA (pagamentos por serviços ambientais), que ajudam a reconhecer e fortalecer ações que geram benefícios para o meio ambiente e para a sociedade.  

  • Desenvolvimento de cadeias e mercados.

Ajude a conservar o Cerrado

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