Nos últimos anos, a ascensão da agenda ambiental, social e de governança (ESG) nas empresas e instituições financeiras evidenciou o papel das finanças sustentáveis na transição para um novo modelo de desenvolvimento. O conceito de finanças sustentáveis surge, então, da urgência em preservar a estabilidade do sistema financeiro internacional diante dos impactos negativos causados pelas crises ambientais, em especial as mudanças climáticas.
Dessa forma, essa agenda busca gerenciar riscos e alocar os fluxos de capital em atividades que contribuam para a sustentabilidade. Na prática, isso se reflete em instrumentos e serviços financeiros, índices de sustentabilidade em bolsas de valores, acordos setoriais, taxonomias e arcabouço regulatório. A regulação sobre finanças sustentáveis passou a ganhar impulso a partir de 2010, quando diversos países e órgãos passaram a trazer as questões socioambientais para o mercado financeiro.
A TNC Brasil trabalha com o tema sob a ótica de buscar mecanismos financeiros inovadores para financiar iniciativas de conservação no Cerrado e na Amazônia, auxiliando produtores rurais na adoção de técnicas produtivas mais sustentáveis e para a produção de commodities como soja e gado livres de desmatamento. Estamos presentes na estruturação da iniciativa Inovação Financeira para a Amazônia, Cerrado e Chaco (IFACC), aliança formada por grandes empresas e organizações da sociedade civil para destinar recursos para aumentar a sustentabilidade das cadeias de commodities.
O grupo fixou o compromisso de alcançar US$10 bilhões em compromissos e US$1 bilhão em desembolsos até 2025 para os três biomas - o Chaco, embora não seja reconhecido como um bioma brasileira, ocupa uma fatia próxima ao Pantanal, além de Argentina, Paraguai e Bolívia.
O financiamento climático e da proteção da biodiversidade precisa chegar na ponta para ser efetivo, por isso a TNC Brasil vem trabalhando na busca e na aceleração de soluções financeiras inovadoras que combinem capitais de diferentes origens, como filantrópico, comercial e de risco, dentro do conceito de blended finance, para testar novos modelos de negócios no campo e dar escala a iniciativas que aliam produção e conservação.