A natureza é nossa aliada para enfrentar a crise climática
Em todo o mundo, as soluções climáticas naturais, incluindo a agrofloresta, podem ajudar a reduzir até um terço das emissões necessárias até 2030
O Sudeste do Pará é uma das regiões mais ameaçadas pelo desmatamento no Brasil. De cada dez hectares de florestas derrubados na Amazônia, seis viram pastagens, três são abandonados e um é convertido para agricultura. Ou seja, o principal vetor do desmatamento na Amazônia brasileira é a pecuária extensiva, presente na grande maioria das pequenas rurais.
Sem o conhecimento adequado, as pastagens degradam o solo, demandam novas áreas de florestas e comprometem a produtividade e geração de renda dos agricultores. Esse cenário leva a um processo contínuo de desmatamento e de degradação.
Para romper esse ciclo de destruição, a The Nature Conservancy (TNC) Brasil atua há 10 anos na região, oferecendo apoio a pequenos produtores rurais para restaurarem suas terras com sistemas agroflorestais à base de cacau, espécie nativa da Amazônia. Juntas com a TNC, mais de 600 famílias já provaram que é possível restaurar áreas na Amazônia com agroflorestas. Agora, a TNC tem a meta de engajar mais 3 mil agricultores nessa jornada. Junte-se a nós!
A agrofloresta pode mudar o planeta e a vida das comunidades locais
Histórias como a de Rosely Dias – agricultora da região do Xadá, na Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu, uma das Unidades de Conservação mais ameaçadas do Brasil, no município de São Félix do Xingu – mostram que não é tarde demais para a Amazônia.
Existem mais de 1,4 milhão de pequenas propriedades rurais na Amazônia brasileira, abrangendo mais de 70 milhões de hectares de terra. Todas elas podem se beneficiar dos sistemas agroflorestais.
Existem muitos tipos diferentes de sistemas agroflorestais no mundo, desde cercas vivas de que alimentam o gado, até de culturas de cacau intercaladas com outras espécies. Alguns sistemas refletem antigas práticas indígenas e tradicionais, enquanto outros são adaptados para objetivos agrícolas comerciais.
Além de ajudar a natureza, a agrofloresta contribui também para a melhoria de vida dos produtores rurais. Na Amazônia brasileira, por exemplo, a renda associada ao cultivo de cacau tem se mostrado superior ao retorno financeiro da pecuária.
Na agrofloresta, o cacau é ainda associado a outros cultivos, como milho, mandioca, açaí, andiroba etc., contribuindo não apenas para a renda, mas também para a segurança alimentar da família.
O que são as soluções climáticas naturais?
As soluções climáticas naturais são ações para melhorar o manejo do solo, proteger e restaurar a natureza e, assim, reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e armazenar carbono.
Combinadas com a transição dos combustíveis fósseis, as soluções climáticas naturais são escolhas rápidas e custo-efetivas para enfrentar a crise climática, ao mesmo tempo em que apoiam a melhoria de vida das comunidades locais.
A The Nature Conservancy liderou um estudo que mostrou como as soluções climáticas naturais podem contribuir com um terço das reduções de emissões que precisamos até 2030 para evitar os piores impactos das mudanças climáticas.
Apesar disso, um novo estudo da TNC publicado na Nature Climate Change, indica que o potencial da agrofloresta para o clima ainda é subvalorizado. Para alcançar esse potencial, precisamos avançar em três frentes:
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Entender melhor o potencial climático das agroflorestas.
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Saber onde os sistemas agroflorestais estão situados.
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Criar incentivos para expandir a agrofloresta como solução climática
A oportunidade é enorme para conservar e restaurar mais floresta, melhorar a renda dos agricultores, criar mais habitat para a vida selvagem e fornecer um planeta mais fresco para todos. Juntos, encontramos um caminho.
Saiba como fazer parte:
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