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A urgência por definições após a suspensão da COP16

Após duas semanas de intensas negociações, a COP de Cali viu avanços importantes na batalha pela biodiversidade, mas o ímpeto não pode ser paralisado.

Imagem do salão central de negociações da COP16
COP16 Salão de negociações da Conferência de Biodiversidade da ONU em Cali, na Colômbia. © Karen Oliveira/TNC Brasil

Após a suspensão das reuniões na COP16, diretora de Políticas Públicas e Relações Governamentais da The Nature Conservancy Brasil, Karen Oliveira, fala sobre as prioridades para o futuro:

“Chegamos ao final da COP16 com alguns resultados para comemorar. O primeiro deles é que essa foi a Conferência da Biodiversidade que trouxe as pessoas para o centro dos debates, com intensa participação dos moradores de Cali. Um aprendizado para nós que receberemos a COP30 no próximo ano no Brasil. Foi celebrado o Pacto de Paz pela Natureza, ressaltando a necessidade de acelerar o combate à perda da biodiversidade.  

A aprovação do Plano de Trabalho do Artigo 8J, que finalmente reconhece o direitos dos Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais através da criação de um órgão dentro do Secretariado da Convenção da Biodiversidade, especificamente para cuidar deste assunto, também reconhecendo o protagonismo das populações afrodescendentes na conservação da biodiversidade, são conquistas de extrema relevância para a agenda. Vale também destacar os avanços nas discussões sobre o Sequenciamento Genético Digital (DSI, na sigla em inglês), com a criação do Fundo de Cali e o reconhecimento da sinergia entre as agendas de Clima e Biodiversidade, entre os resultados alcançados.

Por outro lado, importantes temas das negociações não evoluíram. Infelizmente, a falta de consenso acerca da mobilização de recursos financeiros e os indicadores de monitoramento impedem não só planos e metas mais ambiciosos, como coloca em risco os importantes avanços conquistados. Esperamos que, frente ao cenário de emergências climáticas e da biodiversidade, a retomada das negociações traga a urgência deste tema para um consenso.”

Karen Oliveira, diretora de Políticas Públicas e Relações Governamentais da The Nature Conservancy (TNC) Brasil direto de Cali, na Colômbia.